Esta cidade em apuros Sem mais portos seguros Vão pichados nos muros Gritos de protesto Silenciosamente, manifestos Tuas pegadas no escuro E o meu grito prematuro Afiado e inseguro Perdido aí dentro E você acha um barato Que eu perca o meu sapato No centro gravitacional Que chamas de quintal ♪ E o meu silêncio se propaga Se esparrama e se apaga Procurando a sua vaga no vento E você acha inusitado Que este nada propagado Seja o provento Da massa inercial Que atrais para o teu varal O que eu não digo, eu ligo, eu ligo Ponto por ponto no céu dos teus ouvidos O que dispensas, não dizes, mas pensas Eu bem duvido Que em outra esfera, bem longe da terra Já não tenhamos vivido No espaço sideral Que eu chamo de quintal