É quase meia-noite
Ainda de olhos fechados
Nic se vê caindo de um abismo de sonhos distantes
E antes que seu corpo pudesse chegar ao chão
Ele acorda em pânico e se depara com o inesperado
Diferente dos dias anteriores
Esse fazia um frio de congelar os ossos
E segundo após segundo
Um estranho silêncio promovia um desespero
Que possuía subitamente a alma daquele pobre rapaz
É quase meia-noite
E diferente dos dias anteriores
Nic não havia acordado em seu quarto
♪
Um estranho zumbido eletrônico vindo de fora do cômodo
O tira de sua transe
Que barulho é esse?
Ele caminha até o interruptor de luz
Que se localiza embaixo de um quadro
Com as iniciais NSBS
Mas por sua sorte, não havia energia no estabelecimento
Merda, era só o que me faltava
A escuridão do quarto não permitia Nic
Desvendar o inquietante barulho
Quando, de repente
Luzes pairavam em frente ao homem
E uma figura robótica se revela e vai de encontro a ele
De um dos compartimentos
Sai um braço metálico segurando o que lembrava uma arma
Com algum tipo conteúdo esverdeado
Enquanto um o dominava e o outro o derrubava ao chão
Lutando por sua vida
Ele alcança um dos itens do quarto e golpeia a figura
Que solta um grito robótico e vai ao chão
O homem levanta
Sai do quarto e desce escadas abaixo às pressas
No meio de sua fuga
Ele percebe as decorações do que parece ser um hotel
E, sem olhar pra trás, ele corre
Descendo uma imensa escada caracol dourada
Até chegar ao Lobby
E deparar com o inesperado
Os hóspedes, todos em uma espécie de transe
Congelados como figuras de cera
Imprevistamente paradas no tempo
Senhor, acorda, por favor! Tem alguma coisa lá em cima!
Senhor? Senhor?!
Que porra que tá acontecendo aqui?
Seu clamor se prova insuficiente
Para acordar aquelas pessoas
Enquanto a estática da televisão
Servia como trilha sonora perfeita
Para aquele momento de desespero
Nic sabia que não estava a salvo
Ele procura algo, qualquer coisa pra se defender
E num instante
A criatura volta e o ataca com garras afiadas!
O que o salva naquele momento é sua própria adrenalina
Ele consegue se esquivar e vai direto ao chão
Mas ao voltar sua atenção para a criatura
Uma cena terrível choca ainda mais sua realidade
Meu Deus do céu!
Uma das garras, umas das garras metálicas
Pregou-se à face de uma pobre mulher
Que parecia inerte a terrível dor afligida
A criatura tenta se soltar
Se debatendo de um lado pro outro
Causando ainda mais estragos
E atingindo um senhor com suas hélices
Que entram pelos tímpanos
E saem do outro lado de sua cabeça
Fazendo do papel de parede
Uma grande tela vermelha de sangue
Nic procura qualquer coisa pra se defender
E se arma improvisadamente com o pedestal de aço
Tentando não tirar os olhos da criatura
Enquanto tenta sua fuga pela janela do hotel
Mas era tarde demais pra fugir
Lá estava ela, vindo em sua direção
Nic fecha os olhos e se concentra, é agora ou nunca
No momento certo
Nic golpeia a criatura com todas as suas forças
Acertando a máquina
Que tem seu corpo arremessado pela janela
É o fim da criatura
Mas só o começo de seu pesadelo
O quê? Badaladas?
Como assim?
Não, o quê?
Nic? Nic? Isso é sangue?
Cara, se acalma e respira!
Eu não matei ninguém
Eu não matei ninguém
Não fui eu!
Mas que porra aconteceu aqui?
♪
Detetive Bennet na escuta, com quem eu falo?
Bennet, aqui é o policial James
Temos uma ocorrência no hotel NSBS
Aconteceu um triplo assassinato
Obrigada James, já estou a caminho
Detetive Kate Bennet, após a ligação, vai ao Hotel NSBS
E chegando lá, percebe o local lotado de policiais
Investigadores e testemunhas
De repente, gritos e choro vindos do Lobby
E lá estavam eles, todos cortados e mutilados
Acalme-se, senhor
Vamos fazer de tudo para apurar o ocorrido
Aonde você estava...
Kate passa calmamente
Ouvindo de relance os investigadores e testemunhas
Tenho certeza que foi ele
Entendi, senhor, qual era a descrição do sujeito?
Era um homem magro
Usava um sobretudo preto bem desgastado
Olá senhora, que bom que está aqui
Foram no total quatro vítimas
Uma delas sobreviveu, mas está em um estado de choque
Aparentemente, repetindo a palavra máquina
E as outras foram encontradas com cortes profundos
Possivelmente por arma branca, um facão ou algo do tipo
Certo, temos algum suspeito?
Nic Romero, ele tava hospedado aqui no hotel
Testemunhas disseram que ele não
Tava batendo bem da cabeça, e quando confrontado
Ele só saiu correndo
Dizendo que ele não tinha matado ninguém
Certo, policial, obrigada
Inspecionando os corpos
Kate é intrigada pela singularidade das feridas
Ela nota uma janela quebrada que leva a um beco escuro
E um pedaço de objeto metálico
Banhado de sangue no chão
Mas uma movimentação vinda do lado de fora
Do hotel (senhor, você não pode passar)
Tira a sua atenção (Kate! Kate! Kate!)
Frank? É você? (Kate! Eles estão nos observando)
Não tem jeito de sair dessa cidade
Cara, vai pra casa, sua família tá com saudades
Sua filha tá precisando de você
Kate, essa cidade não passa uma grande piada, Kate
Você não entende, eu posso te pro- (Frank, Frank!)
Por favor, escute as minhas palavras
Vá buscar ajuda
Às vezes essa profissão pesa muito pra nossa mente
Eles não são humanos, Kate!
Eles, eles estão nos con- (Frank!)
Eu cansei dessas suas loucuras!
Você não aparece no trabalho há dias
E a única coisa que você consegue babosear é sobre
Teorias de conspiração?
Frank, sinto muito, mas eu cansei
Eu espero que você melhore
Detetive Kate perde a paciência com seu antigo parceiro
Enquanto o mesmo é escoltado
Para fora do estabelecimento
Ela engole sua tristeza e pena pela condição mental
Deteriorada do antes brilhante policial
Amigo e mentor Frank Molina
E com palavras de comando
Vocifera para os policiais e investigadores
Ei! Tão olhando o quê?
A gente tem um caso pra resolver!
Vamo! Circulando!
O que será que aconteceu com ele?
O que será que está acontecendo na cidade?
Será que Nic realmente matou aquelas pessoas?
Ou será algo nefário?
Possuindo lentamente Circa City pelas entranhas?
O único jeito de descobrir é mergulhar nesse abismo
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