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Ernesto Fagundes - Chimarrão şarkı sözleri

Sanatçı: Ernesto Fagundes

albüm: A Hora do Mate


Velho porongo crioulo, te conheci no galpão
Trazendo o meu chimarrão, com um cheirinho de fumaça
Bebida amarga da raça que adoça o meu coração

Bomba de prata cravada, junto ao açude do pago
Quanta china ou índio vago, da água seu pensamento
De alegria, sofrimento, de desengano ou afago

E vejo na lata de erva, toda coberta de poeira
Na mão da china faceira, ou derredor do fogão
Debruçado num tição, ou recostado à chaleira

Me acotovelo no joelho, me sento sobre o garrão
Ao pé do fogo de chão, vou repassando a memória
E não encontro na história quem te inventou, chimarrão

Foi índio de pêlo duro, quando pisou neste pago
Louco pra tomar um trago, trazia seca a garganta
Provando a folha da planta, foi quem te fez mate amargo

Foste bebida selvagem, e hoje és tradição
E só tu, meu chimarrão, que o gaúcho não despreza
Porque és o livro de reza, que rezo junto ao fogão

Embora frio ou lavado, ou que teu topete desande
Minha alegria se espande ao ver-te assim meu troféu
Quem te inventou foi pra o céu, e te deixou pr'o Rio Grande
(Velho porongo crioulo, te conheci no galpão
Trazendo o meu chimarrão, com um cheirinho de fumaça
Bebida amarga da raça, que adoça o meu coração)

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