Sou que nem nuvem cigana Que se dana a retirar Verde de cana caiana Gitirana fulorá Beijo de faca peixeira Pedrada de baladeira Plumas de estrela no mar Aprendi com os vagalumes Os costumes do querer Ciumanças escondidas nas estradas do sofrer Riscando o chão das cantigas Açude, alegria antiga Perfume de muçambê Sou que nem lua enlinhada Num tricô, num trancelim Cacimba de água minada Das penas de um passarinho Cantador de meio de feira empunhando o seu flautim Espingarda atiradeira, saudade ponta de espinho Veio de mágoa sangrando, chorando dentro de mim Veio de mágoa sangrando, chorando dentro de mim Sou sertão esturricado, xique xique, Croatá Mandacaru fulorado, nascido mode espinhar Nordestina, cangaceira Do destino pareceira Retirante do penar Sou que nem açude seco onde a rês se atolou Sem força morreu de sede pela graça do senhor Cantador de pé de vento Num gaín de sentimento Fez seu ninho, se aninhou Eu nasci pra mode cantar pelejar morrer cantando Nas profundas do amor, ver meu querer latejando Feito carne empunhalada por um punhadinho de dor Desde quando era menina, meu olhar desonerou Cantiga, voou no vento Maneirinho, beija flor Cantiga voou no vento Maneirinho beija flor Cantiga voou no vento Maneirinho beija flor Cantiga voou no vento Maneirinho beija flor Cantiga voou no vento Maneirinho beija flor Cantiga voou