Ensinados a achar feio Tudo que vemos da porta de casa Até entrar em algum outro lugar A tinta, sobre a tinta, sobre os muros velhos Falando sobre nossas vidas, mas sempre sendo apagadas Quase sempre sem serem lidas No ônibus, na calçada, ao redor Placas, pixo e pele parda A cada espelho uma humilhação, a cada passo uma exaustão Vaga! Vagando Puxando os vagões da vivência E a carga pesada da culpa sempre nos trilhos Os dias vão passar, tudo passa Comprimidos pela mentira de que nada pode mudar