Risquei na pedra do destino uma paixão tão candeeira Que me adoçou o desatino de ter sina perdigueira Feito licor de marrasquino pra quem é de bagaceira Me fez viver o repentino como coisa derradeira Feito um menino pondo os olhos a primeira vez no mar O nosso amor é uma esquina num deserto de poeira O látex que determina a cicatriz da seringueira Uma jangada nordestina para uma vida ribeira A cangaceira vitalina dentro de uma cristaleira O brilho oculto na retina quando um cego vai cantar Foi tudo sempre por um fio pra acabar E é essa hipótese de se desmanchar De se sentir que está na beira Pra desabar da cumeeira É nunca se cuidar Que faz a gente amar O momentâneo a vida inteira Nossa paixão é a purpurina no véu da porta-bandeira Tragando o sol que lhe ilumina na manhã da quarta-feira É um moleque que rapina todo o papel da lixeira Pra reciclar a serpentina e eternizar a brincadeira A chama de uma lamparina virando a luz do luar Foi tudo sempre por um fio pra acabar E é essa hipótese de se desmanchar De se sentir que está na beira Pra desabar da cumeeira É nunca se cuidar Que faz a gente amar O momentâneo a vida inteira Nossa paixão é a purpurina no véu da porta-bandeira Tragando o sol que lhe ilumina na manhã da quarta-feira É um moleque que rapina todo o papel da lixeira Pra reciclar a serpentina e eternizar a brincadeira A chama de uma lamparina virando a luz do luar Foi tudo sempre por um fio pra acabar E é essa hipótese de se desmanchar De se sentir que está na beira Pra desabar da cumeeira É nunca se cuidar Que faz a gente amar O momentâneo a vida inteira