Me acorda nas madrugada um relincho de um cavalo E a goela forte de um galo me faz saltar da tarimba Busco água da cacimba e faço um fogo de chão E cevo meu chimarrão bem na estirpe campeira E vou conservar a vida inteira minha estampa de galpão ♪ O canto do galo me desperta cedo E no arvoredo canta a passarada Um berro de touro escavando terra E lá na mangueira berra a terneirada Escuto na sanga o grito de um jacu Já canta o inhambu na mata cerrada Vejo a natureza, coisa tão bonita Chega uma visita, late a cachorrada Eu sou um campeiro marcado do tempo Curtido à fumaça de um fogo de chão Em nossas andança, por onde passar Vamo conservar a estampa de galpão ♪ Sou índio nascido no chão das missões E das tradições eu me sinto um cativo Agradeço a Deus por nascer campeiro Sou um peão galponeiro de pé no estrivo E por ser criado no meio do campo Eu canto e aprovo que tenho motivo Honro a minha estampa e nossa tradição Não froxo o garrão enquanto eu for vivo Eu sou um campeiro marcado do tempo Curtido à fumaça de um fogo de chão Em nossas andança, por onde passar Vamo conservar a estampa de galpão ♪ Gosto da humildade, não tenho arrogância De estância em estância meu verso se acampa Isso é o sistema que eu trago comigo O arroz é seco e a rapa é na tampa Ainda eu sou do sistema antigo Do feijão mexido e coalhada na guampa Defendo minha pátria com garra e civismo Nem o modernismo não muda minha estampa Eu sou um campeiro marcado do tempo Curtido à fumaça de um fogo de chão Em nossas andança, por onde passar Vamo conservar a estampa de galpão