O velho galpão crioulo Na minha tarimba sagrada Deitado de madrugada Num ninho em fundo de grota Mesmo dormindo se nota Um barulho impertinente Me acordo assim de repente É um rato me roendo as bota Meu galpão velho é grosseiro e de chão batido E foi erguido bem na beira de uma aguado Galpão crioulo feito no sistema antigo E pra receber meus amigo tá de porta escancarada Na tua cunheira até o céu aparece E embaixo o fogo me aquece nas noites frias de geada Na tua cunheira até o céu aparece E embaixo o fogo me aquece nas noites frias de geada ♪ A cobertura é de capim meia furada Em chuvarada, enche o rancho de goteira Pego a chaleira e cevo bem meu chimarrão E sentado sobre o oitão eu mateio a tarde inteira De noitezita logo depois que escurece Uma coruja aparece gritando sobre a cunheira De noitezita logo depois que escurece Uma coruja aparece gritando sobre a cunheira ♪ São quatro esteio de puro cerne cravado Lembro o passado no meu querido galpão Muitos fandango amanheceu entreverado E um gaiteiro desmamado numa gaita de botão Fandango véio ia até clarear o dia E a gaita véia se abria que ne cola de pavão Fandango véio ia até clarear o dia E a gaita véia se abria que ne cola de pavão