Eu fui criado bem desse jeito Dentro do peito eu trago tropa de verso O mundo velho é o meu ranchito O céu é a telha, embaixo eu sou o alicerce Sou da campanha, por isso é que eu canto forte Deus meu deu sorte pra cantar o Brasil inteiro Desta maneira eu me criei abagualado Meio encarvoado de um fogo velho campeiro Nas minhas melenas pra comprovar o meu canto Eu trago cinza de um borralho galponeiro Nas minhas melenas pra comprovar o meu canto Eu trago cinza de um borralho galponeiro ♪ Me deito tarde, mas me garanto Que eu me alevanto primeiro do que os vizinhos Minha cantiga que me diverte Também me entrete o cantar dos passarinhos A mão pelada acoa no alto do morro E os meu cachorro deitados em volta de mim Um urutau grita no meio do mato Lá na restinga escuto gritar o graxaim No arvoredo canta alegre o João barreiro E no potreiro uma coruja no cupim No arvoredo canta alegre o João barreiro E no potreiro uma coruja no cupim ♪ Debulho o milho pra galinhada Trato a porcada e vou reformar o alambrado Pego o boi preto e o boi-pitanga Trelo na canga e já vou metendo no arado Encilho o pingo ligeiro igual a um relâmpago Me vou pro campo pra dar uma campereada Armo o meu laço pra laçar algum terneiro Pegar uma vaca se tiver imundiciada Se a vaca velha virar de ponta pro mato Já enrosca as guampas no fundo da minha armada Se a vaca velha virar de ponta pro mato Já enrosca as guampas no fundo da minha armada