Certa vez, fui num fandango que deu a maior folia Na grota, rei do facão, no salão do Zé Maria E o sanfoneiro do baile era o tal Chico Forquilha E as muié' de minissaia, aparecendo as viria' E eu levei um companheiro Dos bagaceira' em quantia Lá pelas tantas da noite O tipo apelou pra anarquia Dançava metendo a mão Na boneca das guria' E eu saí me chacoalhando c'o a fia' do Zé Grandão Enquanto o meu companheiro tava levando um carão Por causa deste lacaio, eu levei um empurrão E o Chico oitavou-lhe o corpo e me prendeu-lhe o facão E eu fui dar uma rebatida e derrubo a adaga da mão Me batiam pior que bicho, e eu rolando no salão E uma mulher se desastra no meio da confusão Rasgou a saia na frente, ficou preta a situação E eu debaixo do mau tempo, mas também meti a mão E, se eu não juntasse a adaga, tinha me levado à breca Zé Grande me deu-lhe um tiro que quase que me sapeca E eu, entretido na briga, inda' escutava uma seca Pois era o meu companheiro c'o essa tal fia' do Zeca Que arrastou lá pra cozinha Quis lhe fazer de peteca Imprensou ela contra um canto E metia a mão na boneca E eu, tapado de vergonha, parecia um pesadelo Me fui pra o lado da copa pra comprar uns caramelo' Me atiraram uma garrafa, me quebraram um tornozelo E o mulherio disparou pior que trote de camelo Sobrou só uma num canto Essa, eu vou levar de sinuelo E ela também disparou Corrida de arrepiar o pêlo Meti-lhe a mão na boneca E arranquei tudo os cabelo' E eu fui e disse pra prenda -Tu não conhece o artigo A boneca, leva embora E as crina' fica' comigo!