Canta, canta a voz do musiqueiro Num rancho de Santa Fé Ilume a peiteira do preparo No rosilho pangaré Branca, a bombacha de dois panos Que pra o baile acomodei Uma faixa e um pala colorado Que no ombro descansei Trago um raio de lua No cabo da minha prateada E uma flor pra uma morena No meu jaleco bordada Na estampa de vaqueano Trago serena mirada E um negaceio ma dança Logrador na madrugada Chora, a cordeona três ilheiras Num rasguido bem marcado Dança, o Ataliba com a Maria Num romance cadenciado Grita um paysano lá na copa Pelo vinho já golpeado Brilha, o olhar de uma morena Junto ao canto arrinconado Chora... A cordeona chora Encosta o rosto morena Bem na flor do meu jaleco E sonha com a primavera Que adoçou nosso rincão E no volteio da sala No compasso alpargateado Vou charleando no teu lado Jurando meu coração Quantas vezes meu amor Florerita do rincão Pela voz do musiqueiro Quis cantar minha paixão A cordeona que resonga Nesta noite de luar Fez um céu no teu sorriso Pra minha'lma se abrigar