Hoje o Sol nasceu mais cedo Pra o índio da recolhida E trouxe mala extendida Junto ao primeiro clarão Faz parte da obrigação E o cuera que não se entrega Tenteando grito de pega Já vem de buçal na mão Sou cria do reculuta Sou da costa do banhado Por isso é do meu agrado Cortar o rastro da sorte Ir de encontro ao vento norte Quebrar meu chapéu na nuca Pois a vida me cutuca Pra ser parceiro da morte Da gosto quando a tropilha sente o guizo e vira à frente Florindo os olhos da gente que já nascem pra os arreios E crescem enfrentando anceios no desdobrar das auroras Quando as vozes das esporas fazem tantos garganteios Fazem tantos garganteios Da gosto quando a tropilha sente o guizo e vira à frente Florindo os olhos da gente que já nascem pra os arreios E crescem enfrentando anceios no desdobrar das auroras Quando as vozes das esporas fazem tantos garganteios Fazem tantos garganteios ♪ Meu mundo é um galpão de estância Meu pingo é um flete de guerra Que pisa firme na Terra Quando venho armando o laço Meu destino eu mesmo faço E ao santo padre eu entrego Sei que algum dia eu sossego Mas não vai ser por fracasso Da gosto quando a tropilha sente o guizo e vira à frente Florindo os olhos da gente que já nascem pra os arreios E crescem enfrentando anceios no desdobrar das auroras Quando as vozes das esporas fazem tantos garganteios Fazem tantos garganteios Da gosto quando a tropilha sente o guizo e vira à frente Florindo os olhos da gente que já nascem pra os arreios E crescem enfrentando anceios no desdobrar das auroras Quando as vozes das esporas fazem tantos garganteios Fazem tantos garganteios