No contraponto do tento E d'um par de ferro calçado Um corcovo chacoalhado Estremecia o terreno Pegava o rumo do céu E de lá se remontava E ali no mais se topava Com a perícia do moreno Pala encarnado E um sorriso na fachada E a pataquada Sustentando a tradição Vinha berrando Aquele Alazão Tostado Vinha meio debochado Bem sentado o Nego Dão Fazia tempo Que não se dava uma tora Criolla do campo afora Com força de terra bruta Pelego grande Cincha forte e rédea larga E um sombreiro parmo' de aba Que já fez casa na nuca Foi quando alguém Ergueu a voz de vereda Esfrega o pala de seda Na cara desse encruado E só podia ginetear Dessa maneira Se era índio da fronteira E cria do Zé Machado E só podia ginetear Dessa maneira Se era índio da fronteira E cria do Zé Machado ♪ Era um retrato Desses de botar em quadro Um ginete, um aporreado E um resto lindo de dia O Sol deitado no espinhaço Do horizonte E um vento manso em reponte Embalando as sesmarias Era valente Aquele Alazão Tostado Que não frouxava o bailado Por mais que viesse apanhando E o Nego Dão Naquele entono de galo Que além de andar a cavalo Tinha o pai amadrinhando Foi quando alguém Ergueu a voz de vereda Esfrega o pala de seda Na cara desse encruado E só podia ginetear Dessa maneira Se era índio da fronteira E cria do Zé Machado E só podia ginetear Dessa maneira Se era índio da fronteira E cria do Zé Machado