Acostumado a viver no aperto Sem vista pra nada além de um paredão Preso no meio de um mar de concreto Escondido no escuro e na solidão Acostumado, acordando atrasado Engole qualquer merda e vai trabalhar Busão lotado, trem, metrô parado Que vida medíocre eu tenho que aguentar Acostumado à pagar por tudo Encarando a exaustão que é pra sobreviver O salário contado, que é pra proletário Não ter garantia e voltar todo mês Meu sofrimento, esquecimento Sem conformismo, sem consolo Pode parar, não aguento mais Bora organizar e botar pra foder Milhões se fodem devendo pros ricos Uma dívida que não foi nenhum de nós que fez