Eu na mira mirando a noite Revirado no seu açoite, a solidão Eu mirando a mina dos ventos Dominado por seus tormentos e moinhos Eu menino tornado adulto Transtornado pedindo indulto, o cobertor Eu poeta implorando versos Desvendando esse universo tão sozinho Eu no impasse de ser pessoa Implorando que outra pessoa me conduza Eu na mira da solidão... Eu no rastro da procissão querendo rumo. Vou no claro ou na escuridão Vou seguindo o meu coração onde ele for. No seguro da mamadeira Ou no perigo ribanceira eu sou um só Uma parte de mim reclama Outra parte me põe na cama e faz carinho Eu na prosa querendo verso Ou na rosa do amor confesso, a cicatriz Eu movendo o berço do mundo Ou misturado no que é imundo Eu quero a vida!