Fruto do tempo, essa desproteção Porque às vezes nós criamos um contexto de tantas ilusões pra nós E o tempo se encarrega de jogar isso o chão Quantas mentiras eu contei pra mim na minha juventude Acreditei nelas Como se fosse alguns esconderijos, né? Que eu construí ao longo da minha vida E o tempo vai se encarregando de retirar a solidez disso É o emparedamento mesmo! Não dá pra continuar mentindo pra si mesmo! A juventude até nos permite essas mentiras Mas o tempo vai descredenciando uma por uma É a nudez! Essa desproteção natural que o tempo vai fazendo questão De provocar em nós Pode ser que a gente chame isso de maturidade, coragem de ser Você olhar para as suas possibilidades, sem as ilusões Você tem uma percepção muito mais apurada Do que você realmente pode E eu sei que não é fácil separar ilusões de realidades Ou até mesmo as ilusões dos sonhos que valem a pena Às vezes nós levamos uma vida inteira para ter coragem De descredenciar as ilusões e colocar em prática Os verdadeiros sonhos E como você sabe que o tempo passa Que ele não costuma esperar E que ele é cruel Se você não administra bem a vida que você está vivendo As escolhas que você está fazendo O resultado é muito triste ao final Sim! Porque o tempo ele chega com a fatura nas mãos Ele vai erguer o tribunal E nós seremos réus e juízes de nós mesmos E teremos de enfrentar a desconcertante pergunta Valeu a pena ter vivido? Pra me ajudar a cantar As urgências do tempo Fafá de Belém ♪ Quebra o silêncio, não muda o perdão, põe minha voz Dissolve a mágoa, expulsa os resquícios da dor Abre as janelas, expõe toda sombra ao sol Cessa a tormenta que o erro de ontem deixou Destranca o amor, a esperança, a saudade, o sorriso Rompe as cadeias dos ódios passados sentidos Despensa as culpas, resguarda o amor que valeu Que a vida é tão breve e o tempo não espera ninguém O tempo não espera ninguém Que o tempo não espera ninguém No rio das graças, mergulho a maldade que há Asteia a bandeira, demarca o que é seu sob o céu Recruta os sonhos, que sonhos nos fazem viver Cumpre a promessa de não desistir sem tentar Rompe as barreiras, a luz delicada da vida Quarar as mazelas, que o peso dos dias deixou Olhar altivo, mas no coração ser menino Que a vida é tão breve, e o tempo não espera ninguém O tempo não espera ninguém O tempo não espera ninguém Linda e doída, menina por vezes mulher Mãe ou carrasca, depende do humor que vier Sábia e bondosa, açoita e aconchega depois Rama as tristezas, mas tece alegrias também Vida que chama e que canta, e que chora, e que grita Que serve a mesa e oferece o banquete aos famintos Que planta as mortas, que geram memórias bonitas Que dita essa regra que o tempo não espera ninguém Que o tempo não espera ninguém Que o tempo não espera ninguém (Que o tempo não espera ninguém) Que o tempo não espera ninguém (Que o tempo não espera ninguém) Que o tempo não espera ninguém (O tempo não espera, ninguém E o tempo não espera ninguém Muito obrigada! Muito obrigada! É uma honra imensa Ter padre Fábio como amigo Um querido amigo E é uma honra estar aqui com vocês a seu convite Muito obrigada! (muito obrigado, Fafá!)