Lá na fronteira do seu olhar Muito depois das cortinas Repousa um mar Cinzento mar De todos o mais salgado E onde sempre está chovendo Como se fosse preciso enchê-lo mais É o mar que quebra na minha praia E que eu tento em vão navegar E de onde tiro os meus peixes Não adianta se desviar São dois lados do mesmo mar O meu lado quente E o seu congelado A água que me refresca É a mesma que te petrifica A mesma água O mesmo sal Não adianta se desviar São dois lados do mesmo mar O meu lado quente