Eu sou barbeiro de avental bem limpo
Às oito e meia, começo o trabalho
Senta o primeiro, não há privilégio
Seja o Ribeiro, seja o Seu Carvalho
Limpo a navalha, desinfeto tudo
Molho o pincel e passo bem sabão
Depois da barba, faço a costeleta
Faço o bigode com satisfação
Se acaso, senta na minha cadeira
Um freguês pão-duro, um freguês ranheta
Pego a solige mais enferrujada
Que é especial pra quem não dá gorjeta
(Ai, freguês)
Para a gorjeta ser bem reforçada
(Ai, freguês)
Eu faço a barba bem escanhoada
Ai, freguês
(Para a gorjeta ser bem reforçada)
Ai, freguês
(Eu faço a barba bem escanhoada)
Tá doendo, doutor?
Tô lhe machucando?
Comigo é assim!
Pra freguês bom, não tem barbeiro ruim!
♪
E o pão-duro nem sequer reclama
Diz: Obrigado, com a voz tão gaga
Dou pedra-ume pra enxugar o bife
E a família do barbeiro, paga
Tenho um Fordeco muito conservado
Toda manhã, eu faço lotação
Se acaso faço algum negócio errado
Gritão: Navalha, olha a contramão
Fico zangado com essa advertência
E vou xingando, logo, toda geração
Eu sou barbeiro, cabra respeitado
Não faço pouco dessa profissão
(Ai, freguês)
Cabelo, barba, bigode e loção
(Ai, freguês)
Eu sou barbeiro, mas de profissão
Ai, freguês
(Cabelo, barba, bigode e loção)
Ai, freguês
(Eu sou barbeiro mas de profissão)
♪
(Ai, freguês)
Para a gorjeta ser bem reforçada
(Ai, freguês)
Eu faço a barba bem escanhoada
Ai, freguês
(Cabelo, barba, bigode e loção)
Ai, freguês
(Eu sou barbeiro mas de profissão)