Em silêncio no escuro, cabeça é El Niño Não me sinto me seguro, não me sinto sozinho Medo do futuro, ou medo do caminho Meu medo é um muro, vida festa no vizinho Meu medo é de mim, de mim eu não fujo Comigo não brigo, comigo não luto De mim não me escondo, me escuto me encontro Cidade no peito, um mundo nos ombros Descubro minhas falhas, me livro da bolha Suor na toalha, tinta e sangue na folha Cabeça é uma pilha, ódio é fogo na palha Me sinto uma ilha, não sinto a navalha Meu pensamento flui, alguém por favor estanca Meu coração não bate, ele espanca Na caminhada, a gente se arrasta ou manca A vida dá, e a mesma vida arranca Não tenho medo de aranha e medo não é segredo O medo é não existirem aranhas pra sentirem medo Meu medo é não ter mapa pra essa via crucis É o coração dar tapa no apagar das luzes Meu medo é prisão e a cabeça não solta Vou parar e encontrar o mundo na próxima volta Esvaziar cabeça pra encher meus pulmões Ou deixar pra nunca mais pra não deixar pra depois Meu medo é seguir regras e perder o jogo Medo é dormir cedo, amanhã acordar de novo Na teoria a vida é curso intensivo O medo da morte faz me sentir vivo O medo desperta o peito aperta a mente alerta O medo te interna treme a perna aumenta a oferta Pra comprar seus sonhos a paz é o preço Medo não é barreira, medo é endereço Meu pensamento flui, alguém por favor estanca Meu coração não bate, ele espanca Na caminhada, a gente se arrasta ou manca A vida dá, e a mesma vida arranca