O sol Sol escaldante, terra poeirenta Dias e dias, meses e meses sem chover E o pobre lavrador com a ferramenta rude Dá forte no solo duro Em cada pancada parece gemer Geme a terra de dor Não adianta o meu lamento, meu senhor E a chuva não vem O chão continua seco e poeirento No auge do desespero Uns se revoltam contra Deus Outros rezam com fervor Nosso gado está sedento, meu senhor Nos livrai desta desgraça O céu escurece As nuvens parecem grandes rolos de fumaça Chove no coração do Brasil E o lavrador retira o seu chapéu E olhando o firmamento Suas lágrimas se unem Com as dádivas do céu O gado muge de alegria Parece entoar uma linda melodia