Enfrentei fosso, muralha e os ferros dos portais Só pela graça da gentil senhora Filtrando a vida pelos grãos de ampulhetas mortais D'além de trás dos montes venho Por campo de justas honrando este amor Me expondo à sanha sanguinária de cortes cruéis Enfrentei vilões no algouço em senhores de Biscaia Fidalgos corpos de armas brunhidas Não temo escorpiões cruéis, carrascos, vosso pai Enfreado à porta do castelo tenho o meu murzelo, ligeiro e alazão Que em lidas sangrentas bateu mil mouros infiéis Ó senhora dos sarsais Minh'alma só teme ao rei dos reis Deixa a alcova, vem-me à janela Ó senhora dos sarsais Só por vosso amor e nada mais Desça da torre, Naíla donzela Venho d'um reino distante, errante e menestrel 'Inda esta noite e eu tenho esta donzela Minha espada empenho a uma deã mais pura das vestais Aviai, pois a viagem é longa e já vim preparado para vos levar Já tarde e quase que o minguante está a morrer nos céus Ó senhora dos sarsais Minh'alma só teme ao rei dos reis Deixa a alcova, vem-me à janela Ó senhora dos sarsais Só por vosso amor e nada mais Desça da torre, Juana tão bela Naíla donzela, Juana tão bela Naíla donzela, Juana, Naíla Juana tão bela, Naíla donzela Juana...