A seca tá braba A seca tá braba A fiarada já pele e osso Os Urubus fazem a festa na caatinga É tanto bicho que finda que é um alvoroço Os carniceiro embriagado na fartura A gente atado na finura e eles tudo gordo A seca tá braba A seca tá braba Que num tá dando nem pra namorar Como é que a gente vai ganhar uma florzinha Se num cai uma chuvinha pra ela germinar Num tem chamego, nem um dengo nem amor Nem casamento se uma flor não intermediar Meu, divino São José Dai nos chuva com abundância Que o homem de má fé Só faz secar a esperança Meu Jesus de Nazaré Num castigue nóis mais não Faz brotar água no pé De seca braba do sertão A seca tá braba A seca tá braba Que até o padre cancelou a missa Como é que pode o povo indo no intento De furtar a água benta que o padre batiza Mas até ele já tá tão desidratado, Velho murcho e arreado Com tanta injustiça A seca tá braba A seca tá braba Mas nóis num desistimos de cantar Enquanto houver disposição força e mente Eu canto a vida dessa gente sem pestanejar O passarinho livre solto cantarola Se tá preso na gaiola A luta dele é o cantar Meu divino São José Dai-nos chuva com abundância Que o homem de má fé Só faz secar a esperança Meu Jesus de Nazaré Num castigue nóis mais não Faz brotar água no pé De seca braba do sertão Faz brotar água no pé De seca braba do sertão