Vira-lata De substantivo concreto Dei o norte Olhei no olho Escrevi mais uma linha Corpo fechado Exu na linha de frente Vou ser pedra no sapato E não marionete Fogo no pavio Terceiro olho inato Levo meus antepassados Por isso não tenho hiatos Ofusquei minha visão Em terra de ganância Quando desliguei a TV Enxerguei a esperança Conheça a ti Para conhecer teus deuses Essa eu aprendi com Sócrates Achou que tinham te Mostrado o filme Mas na real Só te mostraram os cortes Submerso Vivendo de fatos Nem tudo são flores Mas o perfeito eu mesmo faço Rasgando quadros como Banksy Pode soar desconexo Os ventos falam E confundem minha mente Eu sempre fui meio disperso Reclamam da minha boca suja Sendo que a marca da minha blusa Vale mais Que meu olhar Vivendo pra ver profetas com a cura Assumindo Que nem eles Tão sabendo se curar Pedaços vagos Procuro a literatura E sigo juntando fatos Sem saber onde chegar Estando em terras Onde os que não fogem à luta Nao conseguem ver Pelo que lutar Submerso Vivendo de fatos Nem tudo são flores Mas o perfeito eu mesmo faço