Quando os olhares já não forem mais de amor Quando os corpos se repelem na rotina Palavras ásperas, duras, saem sem pudor É hora de rever o que me aflige Que medo é esse que eu não posso me entregar? Então, eu mesma já arremesso e vou pra cima Saio andando, dou as costas ao meu bem É hora de rever o que me aflige Olhar nos olhos da tristeza da menina Que acreditou ser feia, fraca e esquisita Ah, deixa quem quiser falar Ah, sigo na fé que amar Vem aqui deitar, meu bem No colo que te quer tão bem Ah, já chega de tanta perda de tempo Ah, se o que nos faz feliz é aproveitar cada momento Então deixa os corpos darem o tempo Do que eles sabem, nos relembram e reinventam É preciso aguar a flor deste jardim Se não, ela seca e mingua ao relento Dar nutrientes do cuidado e dizer sim A cada convite de um novo momento Não acredito naquela história que cansei Se quando eu mesma e o outro somos vento Nada é estável quando se quer amar É se jogar nas correntezas da incerteza É deixar ir sem desviar dos passos de si mesma É não perder a fé em ver sua beleza Ah, agora já me lembro o que é te amar Ah, o gosto doce das nossas brincadeiras Se eu sou a pérola do seu mar Você é a concha onde está nosso segredos' Ah, é com você que eu quero seguir Ah, é por uma vida inteira E nessa dança de te amar É que eu te canto, e me revelo por inteira