Não há um luar que venha em vão Que não deixe algum sinal no coração Quando vem aquelas noites de luar Vem assim tão deslumbrantes Que prefiro ver o dia raiar Não há um luar puro, inocente Sempre a chama é quente Sempre queima a gente Sempre é envolvente Risco permanente Entorpece e dá o bote O seu veneno é muito forte Não há um luar inofensivo Que ilumine apenas Sem outro motivo É depois de alguma noite de luar Que a paixão bate mais forte E nem sempre existe alguém pra se amar Não há, minha gente oh não, luar Só tão cândido Só romântico Só lunático Só volátil Sempre é um pouco além De onde alguém Espera ver o bem Não há mais luar do tipo ingênuo Que não deixe os seus encantos no sereno Justamente nessas noites de luar Quando o espírito fraqueja Vem a lua ali tentando enfeitiçar Não há um luar de confiança Mesmo na bonança Luz suave e mansa Abre o foco e avança Finge que é esperança Pega quem quer ser feliz E lança o mal bem na raiz Não há um luar leal e amável Que desperte algum desejo mais viável Lua, lua, sua história perpetua Pena, tanta gente lhe cultua Lua, lua, que do alto se insinua Não se meta, fique aí na sua!