Uns anjos tronchos do Vale do Silício Desses que vivem no escuro em plena luz Disseram, vai ser virtuoso no vício Das telas dos azuis mais do que azuis Agora a minha história é um denso algoritmo Que vende venda a vendedores reais Neurônios meus ganharam novo outro ritmo E mais e mais, e mais e mais, e mais Primavera Árabe, e logo o horror Querer que o mundo acabe-se Sombras do amor Palhaços líderes brotaram macabros No império e nos seus vastos quintais Ao que revêm impérios já milenares Munidos de controles totais Anjos já mi ou bi ou trilionários Comandam só seus mi, bi, trilhões E nós, quando não somos otários Ouvimos Shoenberg, Webern, Cage, canções Ah, morena bela, estás aqui Sem pele, tela a tela Estamos aí Um post vil poderá matar Que é que pode ser salvação? Que nuvem, se nem espaço há Nem tempo, nem sim nem não Sim, nem não Mas há poemas como jamais Ou como algum poeta sonhou Nos tempos em que havia tempos atrás E eu vou, por que não? Eu vou, por que não? Eu vou ♪ Uns anjos tronchos do Vale do Silício Tocaram fundo o minimíssimo grão E enquanto nós nos perguntamos do início Miss Eilish faz tudo do quarto com o irmão