Amaram o amor urgente As bocas salgadas pela maresia As costas lanhadas pela tempestade Naquela cidade, distante do mar Amaram o amor serenado Das noturnas praias Levantavam em sais E se enluaravam de felicidade Naquela cidade, que não tem luar Amavam o amor proibido Pois hoje é sabido Todo mundo conta que uma andava tonta Grávida de lua e outra andava nua Ávida de mar ♪ E foram ficando marcadas Ouvindo risadas, sentido arrepios E olhando pro rio tão cheio de lua E que continua correndo pro mar E foram correnteza abaixo Rolando no leito, engolindo água Boiando com as algas Arrastando folhas, carregando flores E a se desmanchar E foram virando peixes Virando conchas, virando seixos Virando areia, prateada areia Com lua cheia e à beira-mar