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Gabriel O Pensador - Encerramento.3 - Um garoto chamado Rorbeto şarkı sözleri

Sanatçı: Gabriel O Pensador

albüm: Um garoto chamado Rorbeto


A turma ficou curiosa
E contou pra toda galera
Que o Rorbeto tinha um segredo
E ninguém sabia o que era
Quê que é?
Rorbeto tem um segredo
Um segredo, o quê que é? (O que é? Não sei!)
Ô, Rorbeto! (Fala aí, fala aí o segredo)
(Não sei!)
Ficou todo mundo de olho quando ele chegou na escola
Andando com cara de triste, com a mão dentro de uma sacola
Olhando a tristeza do amigo, até esqueceram o mistério
E todos falaram para ele: porque você está tão sério?
Mas ele não teve coragem de mostrar a mão com defeito
E disse: me deixem sozinho, que eu quero ficar desse jeito
Sentou lá no canto da sala, e a mão não tirou da sacola
Até que chegou o recreio e ele nem foi jogar bola
Depois disse a professora: hoje é um dia especial
Eu vou ensinar uma coisa gostosa e fundamental
Preparem o papel e o lápis que vai começar o dever
Vocês neste grande momento irão aprender a escrever
E todos ficaram animados, até o Rorbeto ficou
Tentando copiar a letra que a professora mandou
Ninguém fez a letra certinho, que a primeira vez sai errada
Pior foi na vez do Rorbeto que não conseguiu fazer nada
É que ele tentou com a esquerda que não era a mão que ele usava
Nem quando tirava meleca e nem quando desenhava
A mão boa dele, a direita, era a sua mão dos seis dedos
Que agora ele pôs na sacola tentando guardar o segredo
Mas a professora, encucada, falou: o que é isso, garoto?
Tentando escrever com a mão esquerda?
Eu sei que você não é canhoto
Então tira a mão desse saco e faz logo a letra na folha
Rorbeto obedeceu no ato pois viu que não tinha outra escolha
Pensou que se fosse ligeiro
Ninguém ficaria contando os dedos da sua mãozinha
Pra ver que ela tinha um sobrando
Rasgou a sacola correndo, escreveu mais rápido ainda
E mesmo nervoso e com pressa, ele fez a letra mais linda
E olhou para a professora que estava com cara de espanto
Falando pros alunos todos chegarem mais perto do canto
Rorbeto ficou preocupado, será que ela viu que são seis?
Ouvindo-a dizer para a turma: vem ver o que o Rorbeto fez
E mais uma vez, com vergonha, botou suas mãos para trás
Enquanto a galera dizia: chocante, maneiro, demais!
E aí percebeu que o assunto não era tal mão esquisita
E sim o que a mão tinha feito, a letra certinha e bonita
Rorbeto sorriu de alegria voltado a sentir-se bem
Alguém foi com o braço esticado querendo lhe dar parabéns
E ele, que era distraído, na hora desse cumprimento
Tirou a mão de trás das costas de um jeito bem calmo e bem lento
Na hora do aperto de mão a outra criança sorria
E olhando pra a mão de Rorbeto sentiu que ela estava fria
Tremia essa mão de nervoso com medo de ser descoberta
Enquanto a galera dizia: a mão do Rorbeto é esperta
No dia seguinte na aula ficou engraçada a escola
Com a turma chegando na sala com as mãos dentro de umas sacolas
Rorbeto ficou com vergonha, pensou que era uma gozação
Que estavam fazendo piada com os seis dedos da sua mão
Mas a professora espantada viu tanta sacola junta
Que perguntou logo o motivo, e todos ouviram a pergunta
É pra escrever mais bonito, a turma respondeu em coro
Queremos ser como Rorbeto, Rorbeto da mão de ouro
Rorbeto gostou do elogio ficando até bem comovido
Mas quis explicar aos amigos que aquilo era um mal entendido
Botar a sacola na mão não ajuda a fazer letra boa
Fizeram a maior confusão com as mãos nas sacolas à toa
A turma ficou curiosa, e alguém perguntou lá na frente
Por que está com a mão na sacola Rorbeto? Então conta para gente
Rorbeto venceu a vergonha e mostrou a mão bem aberta
Disseram: tem dedo sobrando, assim qualquer um acerta!
Mas a professora explicou que aquilo era só um detalhe
E que pra escrever como ele, certinho, o capricho é o que vale
Não faz diferença ter cinco, seis dedos, duas mãos ou dois pés
Cada um é de um jeito, e são todos perfeitos
Rorbeto, eu te dou nota 10!
E a turma corredor para o Rorbeto querendo apertar sua mão novamente
Querendo lhe dar parabéns pelo 10, nem ligando para a mão diferente
Rorbeto juntou as sacolas e as jogou no lixo com os seus companheiros
Depois, ele foi jogar bola e gritou: furem a luva, que eu vou ser goleiro!

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