Nas roupas de cama do nosso aposento Ainda existe um pouco de acalento Pois sinto ainda o perfume seu E no calendário marcado com X O dia e o mês que muito me diz Pois marca a hora do seu triste adeus E no guarda roupa se abro eu vejo O casaco verde que ela deixou Soberbo parece conversar comigo Querendo provar que é meu amigo Pois somente ele não me abandonou Casaco verde, verde esperança Fiel companheiro da minha agonia Você é apenas pedaços de pano Porém a saudade cruel desengano Pois me lembra o corpo que você cobria Na cobertura daquele edifício Mora um alguém tão apaixonado Esse alguém sou eu sofrendo sozinho Por alguém que não vive mais ao meu lado No passado fomos um casal feliz Até que a cabeça daquela mulher Pirou de uma vez me deixando assim Feito um exilado pertinho do fim Sem rumo certo pra um lugar qualquer As vezes a noite olhando do alto os carros a passar Em um desses carros ela deve estar Levando a vida que ela escolheu Meu olhar se perde em meio aos faróis das avenidas Tentando encontrar a estrela caída Mas talvez a estrela caída sou eu