Levantei a tampa, voltei ao passado Meu mundo guardado dentro de um baú Encontrei no fundo todo empoeirado O meu velho laço bom de couro cru Me vi no arreio do meu alazão Berrante na mão no meio da boiada Abracei meu laço, velho companheiro Bateu a saudade, veio o desespero Sentindo o cheiro da poeira da estrada Estrada que era vermelha de terra Que o progresso trouxe o asfalto e cobriu Estrada que hoje chama rodovia Estrada onde um dia meu sonho seguiu Estrada que antes era boiadeira Estrada de poeira, de sol, chuva e frio Estrada ainda resta um pequeno pedaço A poeira do laço que ainda não saiu Chega pra cá meus irmãos Fernando e Sorocaba Poeira da estrada só resta saudade Poeira da cidade é a poluição Não se vê vaqueiros tocando boiada Trocaram o cavalo pelo caminhão E quando me bate saudade do campo Pego a viola e canto a minha solidão Não me resta muito aqui na cidade E quando a tristeza pega de verdade Eu mato a saudade nas festas de peão Estrada que era vermelha de terra Que o progresso trouxe o asfalto e cobriu Estrada que hoje chama rodovia Estrada onde um dia meu sonho seguiu Estrada que antes era boiadeira Estrada de poeira, de sol, chuva e frio Estrada ainda resta um pequeno pedaço A poeira do laço que ainda não saiu César Menotti e Fabiano, Fernando e Sorocaba, obrigado