Se sentou no seu silêncio Reclamou do que eu não tenho E fez eu parecer um idiota Ao dizer que o que ela mais queria era eu Levantou num devaneio E dançou em frente ao espelho Veio sorrindo assim De um jeito que, pra mim Parecia me ganhar sem um revés Mas eu neguei até não poder mais Eu neguei Jamais liguei o amor à paz E sim, ela apontou pra mim E não parava mais de disparar Quem diria, tão inteligente E quem diria, num mundo descrente Não tinha mais razão pra não amar No meio da rua Esqueceu da chuva e foi dançar Exibiu a pele nua E declarou: a noite é sua E no primeiro bar, foi se embriagar Ligou pros seus amigos pra falar que mudou Mas do outro lado, ela desistia do seu amado Já tinha na mira um outro alguém Que a tratava tão bem E nunca duvidou que era amor E quem diria, tão intransigente E quem diria, se foi com a enchente Que leva os que não sabem o que é o amor No meio da rua Com o seu coração de isopor