Meu irmão tem pelo oveiro E sangue de procedência Iguais a razão de um couro Manchado de existência Ô, ôia Não venceremos tropilha No descampado do ventos Tal qual as vossas raízes Na antiga face dos tempos Talvez o campo consuma O verde que nos encerra Deixando apenas silêncio Das almas da mesma terra Nossos olhos dizem muito E nunca falam em vão O burço que vem por manso Sempre esconde algum tirão Outra! Meu irmão tem pelo oveiro Com ares de castelhano Sorte não ser aquele outro Que só davam por engano Ha, ha Companheiro traz coragem Na geografia das bragas Grito os índios no lombo Emudecendo a cigarra Sobra fibra e falta arreio Na cor mestiça do irmão O pelo oveiro nos conta De geada, sereno e galpão Manchas que nos agarram Num bangueirão de história Ainda não são de sangue As manchas da minha memória