Eu saltei de madrugada Pra mais um dia de lida Dei jeito na regúlida O potro puxei pro galpão Na penumbra do tição Do catre, pego os pelegos Encontro uma flor perdida Guardando os nossos segredos Aquela rosa tão linda Naquele catre vazio Parecia até um rio Quando a água está secando Meus olhos foram embaçando Cantei, chorei, até ri Para mostrar a mim mesmo O quanto eu gosto de ti Para mostrar a mim mesmo O quanto eu gosto de ti Os pelegos, o meu catre Meu pala, não tem dono O meu poncho está estendido Pra outra noite de outono Os pelegos, o meu catre Meu pala, não tem dono O meu poncho está estendido Pra outra noite de outono ♪ Invoquei a Santo Antonio Em nome do nosso amor Não deixa murchar essa flor Rezei de chapéu na mão O espinilho no galpão Crepitou ainda em brasa Enxerguei nós dois felizes Mateando à sombra da casa Nas pálpebras dos olhos Tropeça uma emoção E as lágrimas do coração Traz na alma o calor Como a flor no manancial Uma dádiva do amor Pois não há um rancho sem china Nem um jardim sem flor Os pelegos, o meu catre O meu pala, não tem dono O meu poncho está estendido Pra outra noite de outono Os pelegos, o meu catre O meu pala não tem dono O meu poncho está estendido Pra outra noite de outono Pra outra noite de outono Pra outra noite de outono