O tempo passa e atravessa as avenidas E o fruto cresce, pesa, enverga o velho pé E o vento forte quebra as telhas e vidraças E o livro sábio deixa em branco o que não é Pode não ser essa mulher o que te falta Pode não ser esse calor o que faz mal Pode não ser essa gravata o que sufoca Ou essa falta de dinheiro que é fatal Vê como o fogo brando funde um ferro duro Vê como o asfalto é teu jardim se você crer Que há um sol nascente avermelhando o céu escuro Chamando os homens pro seu tempo de viver E que as crianças cantem livres sobre os muros E ensinem em sonho ao que não pode amar sem dor E que o passado abra os presentes pro futuro Que não dormiu e preparou O amanhã é seu, o amanhã é seu, o amanhã é seu O amanhã é seu, o amanhã é seu, o amanhã é seu O amanhã é seu, o amanhã é seu, o amanhã é seu O amanhã é seu, o amanhã é seu, o amanhã é seu O amanhã é seu, o amanhã é seu, o amanhã é seu O amanhã é seu, o amanhã é seu, o amanhã é seu O amanhã é seu ah!