Ontem no cemitério Ela gritou, gritou muito Quando fecharam o caixão Do seu marido Ficou histé-histé-histé-histérica Blasfemou! 'Rancou cabelos! Rogou a Deus Que a levasse também! Implorou! Rasgou as roupas! Se arrastou gritando entre as estátuas! Que desespero, ela tava desesperada Seu corpo inteiro tava doendo de saudade Do seu marido, do maridinho adorado Saudade? Do maridinho adorado? Ela tava com saudade? Anoiteceu e ela ficou alí jogada A soluçar, e quando veio a madrugada Ela saiu e foi até o Riviera E se entregou a todo homem que encontrou Hoje ela só bebe Nunca esqueceu a sua morte Vive nos bares e cafés Dizendo a todos: "Ele morreu porque pensou, pensou demais!" E ela grita E ela blasfema E roga a Deus E ela grita E ela blasfema E roga a Deus que leve todos também!