Era mais um dia normal Pensava em fumar Não tinha nada a perder Nem muito a ganhar Marcos está ausente Já sabe bem aonde irá Virou adulto de repente E na cadeira vai sentar Com tamanha precisão Aperta o botão Não são as portas para o céu São da recepção Marcos é resiliente Perdido entre o sim e o não No entanto, de forma prudente Planeja sua inanição Os marcos deste quadro São uma prisão Que falam com as paredes Num tédio do cão Marcos está doente Mal consegue respirar No seu semblante decadente Parece que algo vai passar Mas não, não passa não São dias iguais Leu a morte nos jornais A quis por demais Marcos está contente Não veio a morte e sim a solidão Hoje acabou o seu expediente Sentou pra descansar no "busão"