Quem me vê com mulher feia pode crer que eu tô doente Quem me vê de carro velho só corre que é acidente Quem me vê comendo fruto eu já plantei a semente Quem me vê contando história Quem conta a história não mente Quem me vê de cara feia é que só tem cerveja quente Vou Contar o que eu nunca vi pro sertão e pra cidade Nunca vi guerra sem tiro e nem cadeia sem grade Nunca vi um prisioneiro que não queira liberdade Nunca vi mãe amorosa do filho não ter saudade Mundo velho está perdido Já não endireita mais Os filhos de hoje em dia Já não obedecem os pais É o começo do fim Já estou vendo sinais Metade da mocidade Estão virando marginais É um bando de serpente Os mocinhos vão na frente As mocinhas vão atrás Burro que fugiu do laço tá de baixo da roseta Quem fugiu de canivete foi topar com baioneta Já está no cabo da enxada quem pegava na caneta Quem tinha mãozinha fina foi parar na picareta Já tem doutor na pedreira dando duro na marreta A coisa tá feia, a coisa tá preta Quem não for filho de Deus, tá na unha do capeta