Fica-te mesmo a matar Esse teu ar de fatalismo Que me pretende enganar Com seu olhar, com seu cinismo Procura ser natural Porque afinal tudo tem fim Tu já me enganaste um dia Eu não sabia, não és pra mim Teus olhos nariz e boca Que coisa louca, que coisa bela De cinturinha afinada Bem torneada, duma donzela Teu andar tem tal recorte Que é bem o porte, que me enganou Cinzas dum amor passado Bem acabado, mas que findou Quero sonhar com tua imagem Tua beleza e tua voz Quero sonhar com a incerteza Do grande amor que houve entre nós Quero esquecer o segredo Que me faz medo, lembra traição Pagas um dia o tributo É esse o fruto dessa ilusão