O amarelo da Carris Vai da Alfama à Mouraria, quem diria Vai da Baixa ao Bairro Alto Trepa à Graça em sobressalto sem saber geografia O amarelo Da Carris Já teve um avô outrora que era o Chora Teve um pai americano Foi inglês por muito ano só é português agora Entram magalas, costureiras Descem senhoras petulantes Entre a verdade os pelicos e as peneiras Fica tudo como dantes Quero um de 15 p'ra a Pampuia Já é mais caro este transporte E qualquer dia mudo a agulha porque a vida Está pela hora da morte O amarelo da Carris Tem misérias à socapa que ele tapa Tinha bancos de palhinha Hoje tem cabelos brancos e os bancos são de napa No amarelo da Carris Já não há, pode seguir, para se ouvir Hoje o pó que o faz andar É o pó do lava lar com que ele se foi cobrir Quando um rapaz empurra um velho Ou se machuca uma criança Então a gente vê ao espelho o atropelo E a ganância que nos cansa E quando a malta fica à espera É que percebe como é passa à pendura Um pendura que não paga E não quer andar a pé O amarelo da Carris Já teve um avô outrora que era o Chora Teve um pai americano Foi inglês por muito ano só é português agora Quando um rapaz empurra um velho Ou se machuca uma criança Então a gente vê ao espelho o atropelo E a ganância que nos cansa Entram magalas, costureiras Descem senhoras petulantes Entre a verdade os peliscos e as peneiras Fica tudo como dantes