Não posso deixar que te leve O castigo da ausência, Vou ficar a esperar E vais ver-me lutar Para que esse mar não nos vença. Não posso pensar que esta noite Adormeço sozinho, Vou ficar a escrever, E talvez vá vencer O teu longo caminho. Quero que saibas Que sem ti não há lua, Nem as árvores crescem, Ou as mãos amanhecem Entre as sombras da rua. Leva os meus braços, Esconde-te em mim, Que a dor do silêncio Que a dor do silêncio Contigo eu venço Num beijo assim. Não posso deixar de sentir-te Na memória das mãos, Vou ficar a despir-te, E talvez ouça rir-te Nas paredes, no chão. Não posso mentir que as lágrimas São saudades do beijo, Vou ficar mais despido Que um corpo vencido, Perdido em desejo. Quero que saibas Que sem ti não há lua, Nem as árvores crescem, Ou as mãos amanhecem Entre as sombras da rua.