Ai, é a força da marca (farsa) O que é que se passa? Lei do consumo carraça humana, desgraça Não interessa o que és, nem o que fizeste O mais importante é o carro que andas E a roupa que vestes A pessoa moderna tá cada vez mais rupestre Grupos de jovens afirmam-se Com roupas, óculos, telemóveis, bens materiais fúteis Pensamentos ilógicos fazem deles uns inúteis O pai paga o carro, a roupa, gasolina As festas, saídas, prendas pá menina Há quem nada tenha mas mostre pa mostrar que tem Fazem vida de pobre, trocam comida por bens Visíveis aos olhos dos outros É a atração do consumo, o sufoco A poderação do oco Pagamento sem troco Não pertenço a essas gentes previsíveis Eu jogo noutros níveis Avalia pelo que sou Não pelo dinheiro que tenho No caminho que vou Podes largar que eu não apanho Tenho pessoas que gosto Rimas, batidas e flow Não preciso de mostrar Aquilo que já sei que sou Se curtes, curtes, se não curtes baza, O CD manda fora, em concerto vai pra casa Será que tou entendido? será que me esclareci? Ou será que só vais começar a curtir da minha musica Quando começares a levar com ela na MTV? Isto é o consumo, consumismo Com isto tudo nós não vimos Lutamos, matamos num processo irracional Valorização do material Porque é o material, materialismo Mantemo-nos ou caímos Lutas e guerras num processo irracional Valorização do que é banal Vivemos em capitalismo consumo ou fanatismo Ter é poder e quem não tem cai no abismo E conduzindo a falta os bens primários Outros gastam fortunas naquilo que é desnecessário O mundo vai girando Está todo ao contrário E quem o pode mudar Nem sequer faz comentários Jovens esquecem a sonhar A pensar no seu fio de ouro Roupa cara, sapatos de couro Carro descapotável, cabelo pintado de loiro Esquecendo-se que é cá dentro que está o tesouro Porque é cá dentro (cá dentro) o que realmente valemos Porque aparências (aparências) não passam disso mesmo Fazer-se passar por aquilo que não se é Uns acreditam no material e fazem-no com fé Essa é a filosofia cada vez mais Wack As pessoas tão a ficar vazias Como as letras dos Mind Da Gap Há quem se ache superior Tem muitos bens materiais Influenciado pela campanha da TV e dos jornais Compro mais compro mais Mesmo que não precises Muitos julgam saber tudo Mesmo sendo aprendizes Só comparo este movimento Como um B-Boy numa freeze Para, pensa, ouve, repensa, rewind O consumismo não compensa Inserir num estilo de vida Onde o material é tudo Ignorância das massas Que me faz sentir um mudo Que rima para uma plateia de surdos Dá valor aquilo que é fútil E aquilo que é absurdo Tou-me a cagar pó estilo E para a roupa de marca Porque aquilo que eu dou valor Tá no interior da arca Mandando rimas cá pa fora Tal como aprendi Criticando esta sociedade Na qual eu nunca me inseri Isto é o consumo, consumismo Com isto tudo nós não vimos Lutamos, matamos num processo irracional Valorização do material Porque é o material, materialismo Mantemo-nos ou caímos Lutas e guerras num processo irracional Valorização do que é banal