Essa é dedicada a indústria assassina Que plastifica, padroniza Dita formato pra entra toca na rádio, Entra na lista Desses sites que se dizem alternativos Mas alguns como igrejas pedem dízimos Me sinto chato, me sinto velho, sem paciência Com preguiça desse padrão estético Tô vendo a morte dos discos, a morte do que é original A busca pelo hit de um padrão comercial Não tô dizendo que é certo ou errado Só que nos meus fones não rola, aliado Escuto poucas playlists, prefiro discos inteiros É o meu gosto parceiro e foi assim que aprendi desde cedo Que a arte vem primeiro e o mercado a gente cria, firmeza? O mercado não vai ditar minha arte Só vim fazer meu som Não tô nem ligando pra indústria Só vim fazer meu som Essa é mais uma que não nasceu pra ser hit Nem vai chegar nos ouvintes, é o sentir sem limites São só palavras e o beat Tiu Cris deu a tela, eu que pinte Os algoritmos seguram mas a gente insiste Eu vi vinil, vi a fita, vi CD, vi a net, vi gravarem com vídeo cassete Pra curtir o som, entende? E hoje? É de fácil acesso Mas tá tudo ao avesso, é a morte dos discos É tudo single Então eu faço esse single e essa não, não vai entra pro meu disco É só a ponta do iceberg do descontentamento De ver que o tempo corre mas ainda é lento Que não temos tempo pra curtir álbuns inteiros Será? Eu ainda escuto e indetifico sampled Será que eu sou saudosista? Ou o capitalismo se apropriou e esvaziou uma arte tão bonita? O mercado não vai ditar minha arte Só vim fazer meu som Não tô nem ligando pra indústria Só vim fazer meu som Verso 3, sim e é sem repetir Busco a magia da caneta, profissão MC Aprendi que aqui posso ser o que eu quiser E que a música sempre contou histórias né? De geração pra geração é poder, transformação, né não? E é dessa fonte que bebi, foi esse brilho que vi Essa alquimia que senti e foi isso que me trouxe até aqui Não, não que eu nao queira ganhar dinheiro com a minha arte Pelo contrário, eu quero minha parte Mas nem fãs, nem a indústria vão me fazer ser o contrário Eu já falei, tô no caminho contrário E eu que faço o horário, esse é o meu itinerário E não aponto pra quem faz o contrário Mas tenho autonomia pra ser dono do destino Se for morrer cuspindo música das vísceras, do intestino Eu vou chorando e sorrindo Na era onde plays ditam a qualidade duvidosa De tendências clonadas de sons Vomitar o que se sente mesmo sem speed flow, é uma rajada, morô? O mercado não vai ditar minha arte Só vim fazer meu som Não tô nem ligando pra indústria Só vim fazer meu O mercado não vai ditar minha arte Só vim fazer meu som E é dedo do meio pra indústria Só vim fazer meu som