Somos tantos. Mas nós somos quantos? Hoje mais que ontem amanhã menos que antes Vivemos tão perto, mas estamos tão distantes Cruzamo-nos, falamo-nos, mas já nem nos damos Atribuímos números a tudo como uma lista Quem vem primeiro? E em último caso somos todos estatística À chegada, à partida, na morte, na vida No azar e na sorte da sina do dia a dia, são fases Mas disso já tu sabes! Resume-me o que fazes em meia dúzia de frases Diz-me o que me trazes. Eu juro-te que ouço E se o tempo é escasso vamos esticá-lo um pouco Porque pondo tudo de lado eu vejo bem Todo valor acrescentado e quem o tem. Vem Olha-me nos olhos, garante-me o acesso Para além de meros corpos e mais eu não te peço Não preciso disso... Vai em frente ya, que nada te impeça Foca-te somente naquilo que interessa Se tens algo pra dizer então conversa E quando te sentires a mais tu dispersa Sem pressa, divides quem... Vem e vai de quem só simplesmente vem Certamente haverá sempre uma porta aberta E frequentemente há gente por trás dela E os laços de sangue facilmente quebram Juntam-se em funerais a gente que não toleram Família é relativa depende da perspetiva Então vou construir a família que não me deram E a herança que repartem, dividem não estica Mas quando os corpos partem é a obra quem fica Todos somos viajantes 'à distância de um sim Vamos em direções diferentes e encontramo-nos no fim Eu sei que é assim