A sanha contínua continua A memória incorpora e o corpo sente O corpo sente, o corpo sente Antes de saber que já é gente O corpo sente, o corpo sente Eu, criança na lida Sorrindo de aflita, pé na rua A sanha contínua continua A sanha contínua continua ♪ Eu piso no barro, meu passado vaza Eu vazo pelas mãos pretas da oleira antiga Ela me dá forma, o passado agoniza Mas segue vivo de barriga em barriga De mãe pra filho, de umbigo a umbigo Segue vivo de barriga em barriga De mãe pra filho, de umbigo a umbigo A gente sente, a gente sente Morrer de bala é quente, a gente sente A gente sente Morrer de bala é quente, a gente sente Se antes eram correntes, agora é a morte de um ente Dois, três, três É o céu encoberto e o pouco vento que mata a gente Se antes eram correntes A sanha contínua continua A sanha contínua continua A sanha contínua continua ♪ Eu vejo de onde eu vim e abraço calado Com o pouco da força que ainda tenho É a carne do meu início que anda sempre comigo Olhar pra trás é futuro Pescoço é amigo pra quem tem retorno O olho vê tudo de novo e aponta Descansa e anda (e anda, e anda) A sanha contínua continua A memória incorpora e o corpo sente O corpo sente, o corpo sente Antes de saber que já é gente A sanha contínua continua A memória incorpora e o corpo sente O corpo sente, o corpo sente Antes de saber que já é gente A sanha contínua continua A memória incorpora e o corpo sente O corpo sente, o corpo sente Antes de saber que já é gente O corpo sente, o corpo sente